Os efeitos da pandemia estão sendo sentidos em todo o mundo, particularmente nas redes de ensino regular, públicas e privadas, em função do tempo excessivamente longo no qual as aulas não puderam ser realizadas de maneira presencial. Indicadores recentes do governo do Estado de São Paulo, por exemplo, já indicam a defasagem preocupante em Língua Portuguesa e Matemática, em vários níveis, apesar de todo o esforço de docentes e administradores escolares em quase dois anos de atividades remotas e atividades online.

Na Educação Infantil sente-se a necessidade de maior socialização das crianças, ao mesmo tempo em que a rotina escolar precisa consolidar hábitos, interações e convivências. A expressão de sentimentos e o autoconhecimento, nesta fase tão primordial do desenvolvimento, foram muito comprometidos pelo distanciamento social. Já no Ensino Fundamental as habilidades e competências precisam ser retomadas, trabalhadas e intensificadas, recuperando repertórios, princípios de cidadania e a postura crítica e questionadora que define tão bem o pensamento científico.

Dado este contexto, a rede pública municipal de ensino de Descalvado, a partir de um diagnóstico realizado no primeiro bimestre de 2022 (fevereiro a abril) em todas as vinte e quatro unidades escolares, envolvendo 4.000 (quatro mil) alunos, 260 (duzentos e sessenta) docentes e 560 (quinhentos e sessenta) funcionários (somando professores e demais servidores), elaborou um projeto de recuperação de conteúdos e reforço escolar, no período contrário ao de estudos regulares dos alunos, uma ou duas vezes por semana, dependendo da realidade da unidade escolar.

No último dia 30 de maio, segunda-feira, começaram as atividades nas cinco escolas dos Anos Iniciais (1º ao 5º Ano) do Ensino Fundamental (Ciclo I). Os alunos foram identificados, as famílias contatadas e as rotinas estabelecidas. O objetivo é ampliar estas atividades para os Anos Finais do Fundamental, Ciclo II, 6º ao 9º Ano, nos componentes curriculares de Língua Portuguesa e Matemática. É um esforço coletivo e responsável no sentido de priorizar o que, segundo os especialistas, pode demorar muito anos para ser devidamente recuperado.