Caso Lucilene: suspeito de matar empresária será transferido para SP e vai responder por feminicídio
Prisão preventiva de Vanderlei Meneses chegou a ser negada, mas decisão foi revertida pelo TJ-SP e ele foi preso nesta sexta, em Goiás. Corpo de Lucilene Maria Ferreira foi identificado em abril.
Vanderlei Meneses, preso nesta sexta-feira (6), em Goiatuba (GO), por suspeita de matar a empresária e ex-sócia Lucilene Maria Ferrari, em Porto Ferreira (SP), vai ser transferido para a capital paulista nos próximos dias, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Segundo a pasta, o homem de 45 anos será indiciado pelos crimes de homicídio e feminicídio. “Mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia ao trabalho policial”, informou em nota.
Na terça-feira (3), a Justiça de Porto Ferreira negou o pedido de prisão de Vanderlei, mas, segundo familiares de Lucilene, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reverteu a decisão após recurso. O processo segue em segredo de justiça.
O advogado de defesa de Vanderlei, Natanael Gonçalves Xavier, não foi localizado para comentar a prisão. Ele afirmou que não há prova suficiente da autoria do crime.
Segundo o delegado Patrick Carniel, o homem foi detido em sua residência em Goiatuba e negou qualquer participação no assassinato da ex-sócia. A Polícia Civil não detalha linha de investigação ou provas contra Meneses no caso.
O corpo de Lucilene foi encontrado em outubro do ano passado enterrado em uma mata na cidade. No dia 26 de abril, um exame de DNA comprovou que a ossada encontrada era da empresária. O corpo foi enterrado dois dias depois.
Meneses chegou a ser preso em fevereiro de 2020, mas foi solto 2 meses depois por falta de provas.
Desaparecimento na véspera de Natal
Lucilene desapareceu no dia 24 de dezembro de 2019 e o próprio sócio registrou o caso na delegacia dois dias depois, segundo a advogada da família, Sandra Peporini.
No dia do sumiço, ela estava apenas com a roupa do corpo e, segundo o sócio, R$ 1,5 mil. Os dois celulares dela ficaram em casa. A Polícia Civil abriu inquérito e interrogou o homem, mas ele entrou em contradição, segundo a advogada.
Vanderlei disse que Lucilene iria passar a véspera do Natal com a família em Descalvado. Contudo, em conversa com a mãe, no dia 24 de dezembro, Lucilene disse que iria passar a data com o Vanderlei.
Ainda segundo a advogada, a localização do celular de Vanderlei aponta que ele estava em uma área de mata no dia 25 de dezembro. Contudo ele afirma que estava no hotel. A polícia também coletou amostras de sangue no hotel, mas os resultados não foram divulgados.
Vanderlei teve a prisão temporária decretada em fevereiro de 2020, mas foi solto dois meses depois.
Corpo encontrado e DNA
Segundo a Polícia Civil, o corpo de Lucilene foi encontrado em outubro de 2021, em uma área de mata de difícil acesso do município. Um cachorro de trabalhadores rurais encontrou o cadáver.
Ela estava enterrada e o local estava com cimento e cal. Familiares disseram que o corpo estava sem um braço e sem roupas.
Em abril de 2022, o Instituto de Criminalística concluiu o laudo de DNA e confirmou que o corpo encontrado era de Lucilene.
A família disse que o local onde o corpo estava enterrado é o mesmo onde o sinal do celular de Meneses foi rastreado.
No dia 27 de abril, a Polícia Civil pediu a prisão preventiva de Vanderlei Meneses, que foi negada no dia 3 de maio pela Justiça de Porto Ferreira.
Nesta sexta (6), o pedido de prisão preventiva foi expedido durante a manhã e o Vanderlei foi preso momentos depois. De acordo com a Polícia Civil, devido a repercussão do crime, não foi difícil de encontrar o suspeito na cidade.