Dados da Secretaria Municipal de Saúde demostram efetividade da vacina em grupos que já estão totalmente imunizados. Apesar disso, Secretaria de Saúde alerta que pandemia não está controlada e que a variante delta ainda é um risco.
Apesar de junho ter se demonstrado como o mês mais letal desde o início da pandemia em Descalvado, e de julho já ter registrado um total de 7 óbitos por Covid-19, um estudo da Secretaria de Saúde do município aponta que o número de casos e de óbitos entre as pessoas que já foram vacinadas comprova a efetividade da vacina em alguns grupos, sobretudo o de idosos, que já estão totalmente imunizados. Apesar disso, a Secretaria de Saúde alerta que a pandemia não está controlada e que a chegada da variante delta ainda é um risco para aqueles que não tomaram as duas doses da vacina.
A avaliação realizada pelo órgão municipal de saúde indica que houve uma queda na média geral de casos e de mortes por Covid-19 entre os primeiros grupos que foram imunizados. O número de casos positivos e de óbitos, especialmente no grupo de idosos acima de 70 anos, desacelerou nos últimos meses. De acordo com a avaliação, os números refletem os resultados do plano de vacinação, iniciado há cerca de seis meses.
“A vacinação com duas doses dos idosos é a explicação para a queda. A cobertura já está bem elevada nesta faixa. Acima dos 70, 80 e 90 ainda é ainda maior. Quanto ao número de casos, o impacto só vai ser maior com o avanço da vacinação“, afirmou o Secretário Wander Bonelli.
Segundo ele, o levantamento aponta que com quase 25 mil doses aplicadas da vacina contra a Covid-19 (17.682 com a primeira dose e 6.851 com a segunda dose ou a dose única), o número de óbitos entre as pessoas vacinadas caiu para apenas 0,07%. De acordo com os dados, entre as pessoas que já estão vacinadas, foram registradas um total de 18 mortes, sendo 9 de pacientes acima de 70 anos e outras 9 de pessoas com idade entre 40 e 69 anos.
No ano passado e nos dois primeiros meses de 2021, as mortes relacionadas à covid ocorriam, em sua maioria, em pacientes acima de 70 anos. Hoje, a maioria dos óbitos ocorre com pessoas abaixo desta idade, comprovando que essa queda se dá devido à priorização que os idosos tiveram no plano de vacinação, cujo objetivo primário era reduzir a mortalidade da doença.
“Quando observamos os dados de mortalidade no município, onde existe um acompanhamento bastante rigoroso por data de ocorrência, nós detectamos que começou a cair primeiro entre os acima de 80 anos, depois entre os de 70 e 79, e agora a tendencia é de que isso ocorra entre os de 60 e 69 anos”, explicou Bonelli.
Outro importante dado apontado pelo estudo é que dentre os quase 25 mil vacinados, apenas 199 pessoas contraíram a doença depois que foram imunizadas (incluindo os 18 óbitos). Segundo a Secretaria de Saúde, a queda do número de pessoas infectadas entre os pacientes já vacinados demonstra a real situação da pandemia, ou seja, é um indicativo da importância da vacinação.
Bonelli também ressalta que, mesmo com esses indicativos, ainda são necessários todos os cuidados em relação à transmissão da doença, pois existe a possibilidade de novas variantes circularem no município, a exemplo da variante delta. “Nenhuma vacina é 100%, e existe a chance de transmissão”, concluiu.
SEM DIFERENÇA ENTRE VACINAS
O estudo da Secretaria de Saúde também comprova que não há diferença entre os imunizantes utilizados na campanha de vacinação, ou seja, ambas as vacinas apresentam o mesmo grau de proteção e efetividade.
De acordo com os dados da avaliação apresentada, dos 199 casos registrados em pessoas que já haviam sido vacinadas, 102 haviam sido imunizadas com a Coronavac (fabricada pelo Instituo Butantan) e 97 com a AstraZeneca/Oxford (fabricada pela Fundação Oswaldo Cruz).